Resumo da experiência: Estou toda dolorida, difícil de executar qualquer movimento. Amei a aula de hipismo, amo cavalos e o melhor foi ver o brilho nos olhos de minhas filhas. Fui fazer uma aula experimental e resolvi praticar o esporte. Espero que minhas dores não trotem e sim, que passem a galope!
Ontem fui fazer aula de hipismo na Sociedade Hípica Paranaense.
Amante de cavalos, passei minha infância e adolescência, perto deles. Frequentava a Hípica do Circulo Militar do Paraná. Eu não tinha o meu cavalo e não fazia aulas, mas andava a cavalo no picadeiro para cansá-los, servia o lanche (torrões de açúcar mascavo), ajudava a dar banho, escovar e até fazer tranças nas crinas. Amava tudo aquilo, sabia o nome de cada um o temperamento e as preferências alimentícias.
Na hípica existia um cavalo que era a minha paixão, o nome dele era Apache. Ele era enorme, marrom com branco e algumas marcações em preto. Nele era proibido montar. O porte, a forma de sua cabeça, sua crina maravilhosa me faziam sonhar em ser uma amazona.
Não sei o motivo, mas resolvi praticar outros esportes mais radicais e os cavalos viraram meu hobby.
Ontem fui fazer a minha aula de hipismo. O problema já começou em casa, qual roupa vestir? Botas de cano alto, só as de salto alto. Usei tênis. Culote de montaria eu não linha, a calça mais próxima disto era uma legging. Eu tinha camisa pólo, mas já que estava totalmente descaraterizada, coloquei uma outra blusa qualquer. Para não ficar tão, mas tão medonha a roupa, coloquei meu anel de cavalo e fui. Como se o anel mudasse muito alguma coisa!
Cheguei na hípica e fui muito bem atendida. Fui levada às cocheiras para conhecer os cavalos. Um mais lindo que o outro, escapei de algumas mordidas, mas estava adorando o passeio e o ambiente que me remeteu à infância.
Para minha maior surpresa, confesso que fiquei emocionada, um senhor que estava alimentando os cavalos me contou que ele era o tratador do Apache. Trabalhou 15 anos no CMP e durante esse tempo ele foi o responsável pelo Apache. A saudade bateu no peito!
Recebi um capacete e segui o professor e o "meu" cavalo. Zabup era o nome dele. Ele não era muito alto, era todo castanho e muito meigo. Montei no Zapub. Como já comentei, andar a cavalo era uma paixão, pensei que seriam fáceis os próximos 30 minutos. Só achei.
Segurei as duas rédeas com uma das mãos. O professor já me corrigiu, cada rédea deveria ser segurada com uma única mão, uma para cada rédea e com o dedo minguinho por baixo da rédea. Para melhor segurança eu deveria tirar os anéis, nãoooooooo, meu anel de cavalo nãaaaooo, fui com o anel mesmo. As mãos não deviam ser apoiadas na cela. Imagine ficar com as mãos sem apoio em uma mesma posição por meia hora.
Recebi a orientação para nunca apontar o cavalo para o meio da pista, onde existiam as barreiras de salto, caso fizesse isto o cavalo provavelmente saltaria. O cavalo não saltou, mas naquele momento, meu coração sim.
Os pés deveriam ficar em uma posição um tanto diferente. Os estribos ficam quase nas pontas dos pés e os calcanhares deveriam permanecer apontados para o chão. Posição desconfortável. Meus pés não me obedeciam, sempre escorregavam para frente e meu tênis acabava prendendo no estribo. Fora esta posição dar mais equilíbrio (segundo o professor), ela também ajuda, em caso de queda, o cavaleiro se soltar do cavalo.
Dei algumas voltas ao redor da pista e o professor achou que estava no hora de me fazer trotar, eu prefiro galopar, mas atendi prontamente. Achei que estava fazendo certo, o trote estava lindo, pelo menos eu achava... Não era o cavalo que faria o movimento de trote, enquanto ele trotava eu deveria fazer o movimento de subir e descer sem movimentar o corpo e os pés, somente as pernas fariam força. Eu jurava que o movimento de sobe e desce era feito suavemente e sem a ajuda humana.
Tentei, ele disse que estava ótimo, só faltava acertar o ritmo, pois eu estava subindo e levantando umas 4 vezes em cada trote, eu parecia uma britadeira sobre cavalo. Acertei o ritmo e continuei. Neste sobe e desce a minha coluna começou a sentir. Continuei. Minhas nádegas começaram a doer. Minhas pernas amorteceram. Meus braços doíam muito.
O dia estava maravilhoso, sol, céu azul e nenhuma pingo de chuva. Lindo mesmo, tão lindo que parecia que em cima do cavalo eu estava mais perto do sol. Meu cabelo escorria de suor dentro daquele capacete. Os braço além de doídos estavam torrando ao sol, mas vamos trotar!!!
25 minutos depois, pare o mundo que eu quero descer! Acabei a aula um pouco mais cedo, por iniciativa própria. Minhas filhas foram montar.
Quando todas já haviam montado, fomos guardar o Zabup. Ele não parecia tão cansado quanto nós.
Na saída fomos saber sobre a matrícula, sobre lojas para comprar culotes, capacetes e botas. Demos tchau ao Guilherme (um pônei muito fofo) que nos observou durante toda a aula e partimos com a sensação de quero mais.
Após a aula, fomos à casa de minha mãe tomar um delicioso banho de mangueira no jardim para finalizar o dia.
Eu não escrevi este texto ontem pois sabia que ele daria continuidade.
Quando cheguei em casa ontem a noite, eu já estava dolorida, sentar estava praticamente impossível. Meus pés estavam doloridos, pois como não fui com as botas específicas, os estribos ficaram machucando.
Resumo da experiência: Estou toda dolorida, difícil de executar qualquer movimento. Amei a aula de hipismo, amo cavalos e o melhor foi ver o brilho nos olhos de minhas filhas. Fui fazer uma aula experimental e resolvi praticar o esporte. Espero que minhas dores não trotem e sim, que passem a galope!
Muito bom!
ResponderExcluirAgora,a parte do anel foi melhor ainda...