quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cafuné grátis


Resumo da experiência: Troquei um casamento por um cafuné! Foi tenso e relaxante ao mesmo tempo. O São Paulo ganhou o jogo. Paguei só a escova, a massagem capilar foi gratuita. Fiz novas amizades e me diverti muito.


No ano de 1997 fui convidada para ir ao casamento de uma amiga em Mogi das Cruzes.

Como tenho o pé na estrada, não pensei duas vezes. Separei a bagagem, vestido, maquiagem, perfume, sapato, coloquei tudo no carro e "caí" na estrada.

Lá em ficaria em um hotel, perto da igreja, tudo certo reservado, arrumado, cheguei em Mogi.

O hotel era um tanto, digamos, "rústico" e muito "antigo". Nesse hotel estavam hospedados os parentes da noiva e eu, a única amiga de Curitiba.

Eu precisava urgente arrumar meus cabelos, fui andando pela redondeza e achei um salão. Pensando bem, devia ser do mesmo dono do hotel, pois ele também era meio "rústico e "antigo".

Sábado a tarde e nenhuma outra opção melhor para fazer uma escova. Entrei no salão.

Um senhor de aproximadamente 130 anos me atendeu, na verdade ele devia ter uns 70 na época, mas aparentava bem mais, principalmente por sua agilidade de locomoção. Ele devia ser o dono do salão e do hotel, pois ele também era "rústico" e "antigo".

Após a afirmativa de que ele lavaria e me faria a escova, ainda reticente, sentei na cadeira do lavatório. Bem em frente, pendurada na parede, tinha uma televisão que transmitia o jogo do São Paulo.

O casamento estava marcado para começar as 18h e eu entrei no salão perto das 15h.

O senhor (não me lembro o nome) começou a lavar meu cabelo. Lavou, lavou , lavou, lavou e não parava  mais de lavar. Ele estava prestando atenção ao jogo. seus olhos estavam vidrados na tela e sua mão massageando minha cabeça.

O cafuné estava tão bom que eu nem pedi para ele se apressar. Entre uma dormida e outra, eu olhei no relógio. Cinco e meia da tarde e eu ainda ali no lavatório. Eu tinha duas opções: ir ao casamento com os cabelos molhados ou aproveitar o cafuné! O que fiz: Claro, aproveitei o cafuné!

Cabelos escovados, corri ao hotel, me vesti, me maquiei e fui à igreja. Quando cheguei a noiva já estava de aliança e quase pronta para beijar o noivo. Sai a "francesa", sentei em um banco de praça bem em frente a porta da igreja e fiquei lá fora esperando. Pensei que a noiva nem iria notar a minha falta agindo daquela forma.

Sentei no banco de praça e fiz amizade com vários meninos de rua. Ficamos ali conversando até a noiva sair.

Quando a noiva chegou bem em frente a porta, me olhou e vi que seus olhos arregalaram, não sei se por ela te achado que eu tinha levado todos aqueles meninos ao casamento, ou, pelo simples motivo de sua madrinha ter faltado ao casamento.

Não contei isso, caro leitor. na verdade nem eu sabia. Ela ia me fazer uma surpresa e na hora do casamento me avisaria que eu seria madrinha. Pois é, a madrinha faltou o casamento, por causa de um cafuné!

Essa minha amiga tem um coração tão grande que além de não ficar chateada pelo atraso, ainda levamos todos meus novos amigos á recepção.

Foi uma delícia essa experiência, além de ainda conseguir ver o beijo dos noivos, mesmo do lado de fora da igreja, me diverti muito e fiz novos amigos.


Resumo da experiência: Troquei um casamento por um cafuné! Foi tenso e relaxante ao mesmo tempo. O São Paulo ganhou o jogo. Paguei só a escova, a massagem capilar foi gratuita. Fiz novas amizades e me diverti muito.


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