terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Passeio de balão pela Capadoccia, grátis.





Resumo da experiência: A Capadoccia é realmente maravilhosa, só estando lá para saber. Vou voltar muitas vezes e levarei minha bengala. Passeio de balão gratuito teve um gosto especial!



 Quando fiquei sabendo que a novela das 21 horas seria filmada na Capadoccia falei que iria assistir todos os dias. Não gosto de novelas mas esta eu  não perderia. Passei os olhos umas 5 vezes e percebi que realmente seria mais uma novela que eu não assistiria.

A Capadoccia é linda, muito mais bonita do que a televisão mostra. 

Dizem que os turcos tiram vantagens em tudo, mas não posso concordar.
Fiquei hospedada em um hotel construído nas rochas. O ligar era delicioso. O banheiro da suíte tinha o teto abaolado e com a banheira de hidromassagem encravada na rocha. A iluminação era muito suave e a decoração interna bem colorida.

Todos as noites, quando eu voltava aos hotéis, independente da hora, eu postava minhas fotos e as curiosidades do dia, falava com minha família e preparava o roteiro para o dia seguinte. Como viajei sozinha e não por pacotes turísticos, eu podia escolher para que lado ia. A noite eu criava o próximo roteiro.

Na Capadoccia quase que meus planos foram por água abaixo. Quando cheguei ao hotel a internet não funcionava. Não era problema do hotel e sim do sinal na "caverna". Ao lado de fora do quarto existiam enormes pufes e sofás, lá eu passava a madrugada, só com a luz do computador acesa, fazendo minha programação. O frio era de rachar, não tive dúvidas, só deixava os dedos das mãos e os olhos para fora do cobertor, continuava teclando. A sensação era de que realmente eu estava esquecida em meio ao deserto.

Urgrup é o bairro mais turístico. A região não é desértica e é conhecida como Vale Lunar pela aparência realmente diferente de tudo que eu já tinha visto na vida. Parece realmente que você está em outro planeta e não só em outro país.

Em Goreme vi as famosas "chaminés de fadas" ou cogumelos. São rochas em formatos que lembram bem as chaminés das histórias da Carochinha. Não contente em só olhar, resolvi entrar. Algumas são bem fáceis de entrar e tem somente 2 andares. Outras, mais altas, são mais difíceis de entrar, mas possuem uma vista mais privilegiada. Em qual acha que fui? Em todas!


 Esta chaminé com  formato de coelho eu subi até a última janela.
Não foi nada fácil, ralei todos os meus braços mas a vista compensou.
Quando estava lá em cima, parei para descansar um pouco e depois percebi que subir não foi o mais difícil, difícil mesmo seria descer. (na foto em que estou me jogando é possível perceber a altura em que eu estava)


Para subir não existia uma grande escada e sim uma pequena escada feita suavemente na rocha. Meus pés não cabiam direito no degrau. Na descida escorreguei a maior parte do percurso, me ralei mas adorei!!!

Quando já estava pisando em terra resolvi me refrescar com um refrigerante de limão. Estava gelado e horrível. Achei com gosto de água suja. O interessante em toda a Turquia é que o suco de fruta é muito mais barato que o refrigerante por causa da saúde. O chá é servido praticamente de graça. Eu não gostava de chá, mas o chá de maça, é absurdamente delicioso. Desse dia em diante, somente suco ou chás, não quis mais experimentar refrigerantes.

Fui almoçar em Neveshir e depois parti para conhecer as demais paisagens da região. Quando desci da van, percebi que várias pessoas, até mais novas que eu, levavam uma espécie de bengala, chamada de bastão nórdico, para andarem pela região. Eu só entendi o motivo daquele aparelho quando eu já não aguentava mais levar o meu corpinho morro acima. Quando perguntei ao guia como voltar, ele me explicou que a única forma era descer pelo outro lado das montanhas, resumindo, eu não poderia descer sem subir até o pico. Parei algumas vezes, respirei fundo e torci para que alguém me emprestasse uma bengalinha. Além da subida ser muito íngreme, ainda existiam partes do caminho muito estreitos, é muito fácil perder o equilíbrio lá.

Já quase no topo, me deparei com uma espécie de lanchonete. Na porta havia um papelão com o nome Flintstones Café na porta. Dentro existiam sofás, tapetes coloridos, almofadas e uma mesa. O que mais me chamou a atenção foi que na mesa estava colada a tabela de preços, ao lado dela um pode cheio de dinheiro e no chão, ao lado da mesa, uma caixa de isopor com as bebidas e algumas frutas. Fui me informar e fiquei sabendo que pela manhã o proprietário deixava tudo abastecido e limpo, no final da tarde passava para recolher o dinheiro. Pasme, não tinha funcionário nem fiscal e o dinheiro estava lá. Andei mais um pouco e cheguei ao topo. Acho que a alegria maior é você saber que chegou lá. É um desafio subir tudo aquilo, principalmente depois do almoço. Lá em cima a brisa leve soprava o rosto, como se fosse uma premiação.

No outro dia conheci as cidades subterrâneas, mas só desci 7 andares. Não sou claustrofóbica, mas estava ficando. Eram passagens super apertadas que muitas vezes eu tinha que passar agachada. É indescritível a vida naquelas montanhas. Não consegui entender a logística das famílias que ali habitavam, mas acho que moravam todas juntas, como se ali fosse um edifício comunitário.

Dois dias na Capadoccia e eu não tinha andado de balão. A van passaria as 5h no hotel, deveria estar pronta antes do sol nascer, pois este nascimento era para ser visto já no passeio. 30 minutos de passeio custava 150 euros, pelo câmbio na época, equivaleria a R$450,00. Eu ainda estava na dúvida se gastaria este dinheiro ali. Fiz amizade com o guia acabei indo ao local de partida dos balões. Em cada cesta iam aproximadamente 12 pessoas. Eu decidi não ir. Era muita gente, difícil de se mover, difícil de fotografar e pouco confortável. Claro que eu poderia me arrepender, e acredito que iria, caso....

Quando os balões chegavam, as pessoas eram recepcionadas com um delicioso cafe da manhã e ganhavam o certificado de participação. Enquanto eu estava tomando o café o Hamet (o guia) me chamou e perguntou se eu queria dar uma volta. É claro que eu fui! Ele me disse que seria apenas 10 minutos, pois teria que levar a turma para os hotéis novamente. Foi tão rápido o convite que nem levei a máquina fotográfica, mas as imagens estão registradas em minha mente e coração até hoje.

E lá fui eu, o guia e o condutor pelo céu da Capadoccia. É a coisa mais maravilhosa do mundo olhar para a terra parecendo a lua e ver aquele colorido de outros balões cortando o céu. Parecia uma valsa de cores. Meus 10 minutos passaram voando, desci ainda em êxtase e nem consegui aproveitar melhor o café da manhã. Eu nem estava preocupada com o café e sim em aproveitar cada minuto naquele lugar.

Como eu não havia tomado o café da manhã, finalizei a noite com queijos e vinhos no mesmo lugar de partida dos balões.

Quem for para a Capadoccia, economize em tudo o que precisar, mas não deixe de fazer esse passeio, tenho certeza de que eu não tivesse ido, iria me arrepender. Meu passeio teve um gostinho ainda mais especial, foi de graça!

Resumo da experiência: A Capadoccia é realmente maravilhosa, só estando lá para saber. Vou voltar muitas vezes e levarei minha bengala. Passeio de balão gratuito teve um gosto especial!

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