quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Fantasma e motel grátis



 Resumo da experiência: Conheci lugares que poucos gaúchos ousaram conhecer. Vi um fantasma de perto. Inauguramos um motel. Hospedagem e café da manhã gratuitos. Adorei Porto Alegre!


Eu e duas amigas fomos para a EXPOINTER, Exposição Internacional de Agropecuária  em Porto Alegre - RS.Amigas de vários artistas não podíamos perder esse evento.

Carro pronto, amigas prontas, mas sem lugar para ficarmos. Hotel, isso era o que não faltaria em plena Porto Alegre.

Lá fomos nós. A estrada estava péssima, onde não tinha buraco, tinha reforma. Chuva forte a viagem inteira, mas o que nos acalentava era o encontro com os amigos, boas músicas e grandes histórias.

A feira era enorme, muita gente, diga-se de passagem, muita gente linda. Um povo educado, bem arrumado e simpáticos ao extremo.

Acabou o evento e fomos procurar um hotel. Inacreditável! Todos os hotéis na cidade estavam lotados por causa do evento.

Diminuímos o nível da exigência, teria que ter um quarto com banheiro e lugar para as três. Bastava ser limpinho. Todos os que achávamos com essas qualidades, estavam lotados.

Ok, ok, menos exigência. Poderia ser um quarto "seguro" para as três e sem banheiro mesmo. Procuramos, procuramos e....todos lotados.

A solução de nossos problemas parecia ter aparecido, vamos dormir em um motel!

Já era madrugada, nós acabadas de dirigir na estrada e por termos aproveitado a festa, resolvemos encontrar um motel. Perguntávamos aos taxistas, uns nem respondiam achando ser piada, ou até mesmo assalto, outros nos olhavam com um olhar convidativo, muitas vezes nem esperávamos a reposta.

Posto de gasolina sempre tem a solução. O frentista, tentando evitar com que o sorriso saltasse de seus lábios nos apontou um "tipo" de hotel. Fomos lá.

O lugar era meio macabro. Parecia um casarão abandonado e sem janelas, aliás, existiam janelas, mas estavam lacradas. No fundo um estacionamento com alguns "projetos de carro", parecia mais um ferro-velho. Encontramos a porta principal, ela estava aberta mas bloqueada por grades, parecidas com as do presídio. Lá no fundo um balcão e lá no balcão o "sei lá o que".

O "sei lá o que" veio atender a porta, ele era sinistro a própria visão de um filme de "zumbi-vampiresco-stein" com um avental branco e sujo. Ele passou a mão, limpado a teia de aranha da porta e perguntou se queríamos algo. Nossos olhares se cruzarem e falamos que se tratava de um engano. Partimos rapidinho.

Os olhos já nem piscavam mais, eles estavam praticamente fechados, o corpo não respondia, a água que passávamos no rosto, já não nos acordava e sim fazia parte do soninho. Alguma coisa me dizia que eu tinha que voltar a dirigir. Torcia para que cada sinaleiro demorasse ainda mais para abrir, ele era meu pit-stop.

Já na saída para Curitiba, avistamos, como em uma miragem, um motel. Metade sendo construído e outra metade por construir. Fomos atendidas por uma moça, seu marido e quatro filhos. (não sei o motivo de estarem acordados aquela hora).

Conversa vai, conversa vem, explicamos a situação. A moça, então, nos levou a uma das suítes. Bem, quase suíte, o banheiro não estava pronto. Estava perfeito para nós três desmoronarmos.

No quarto havia uma cama de casal, mesmo naquele estado, três mulheres adultas em uma só cama de casal não daria certo. Alguém fatalmente acordaria no chão. Bateram na porta e entrou o casal nos trazendo um colchão do quarto do filho, dizendo que o filho dormiria com eles aquela noite. Bum! Apagamos!

O sol começa a nascer e minha amiga que dormiu no chão apareceu como um fantasma em minha frente, um fantasma mesmo e com pedigree! Não reparamos, a noite e naquele cansaço, que o chão ainda estava cheio de cal e cimento. Quando minha amiga levantou, a única coisa escura que eu vi, foi a menina dos seus olhos, sua roupa, rosto e cabelos estavam em um total branco, como se tivesse tomado banho de "OMO" com "Q-Boa"!

Após o susto a dona do motel, nos cedeu o banheiro para seguirmos viagem cheirosas e bem arrumadas. Café da manhã preparado na sala da casa dela, com a família reunida, nos despedimos e fomos pagar a estadia. Nossa surpresa foi quando ela não aceitou o nosso pagamento dizendo que fez tudo isso por ter gostado de nós.

Hoje penso que lá em cima alguém gosta da gente. Sempre aparece a pessoa certa na hora certa e com a palavra certa. Espero um dia poder retribuir.

 Resumo da experiência: Conheci lugares que poucos gaúchos ousaram conhecer. Vi um fantasma de perto. Inauguramos um motel. Hospedagem e café da manhã gratuitos. Adorei Porto Alegre!

2 comentários:

  1. Quando recebi tua mensagem que havia uma presente, estava no salao cortando o cabelo e quando começei a ler tinha vontade de dar aquela minha gargalhada típica que todo mundo conhece. Foi como viver novamente. Alguns detalhes já nao lembrava, mas com o seu relato, logo me lembrei de tudo e alguns para serem lembrados em off. Além de lembrar outras grandes histórias nossas totalmente verídicas. Outro dia lendo um post seu sobre trocar o dólar que levamos na carteira para dar sorte, eu e a Silvia lembramos que uma vez voltando de Sao Paulo em registro tivemos que trocá-los para poder almoçar. Coisas que vivemos como estas e muitas outras nunca serao esquecidas e viverao eternamente nas recordaçoes mais felizes de nossas vidas. bjs

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  2. Eu estava escrevendo no salão....rs Não segurei as gargalhadas e ainda tive que ler em voz alta, já estavam achando que endoidei...rs Aguarde, em breve, novas lembranças se tornarão palavras!

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Obrigada por suas palavras, continue lendo, comentando e compartilhando!