Sempre fui curiosa e gostei de arrumar as coisas. Em minha infância não tínhamos tanto eletrodomésticos como hoje em dia, mas isso não me impedia de "fuçar" em cada um deles.
Eu tinha um rádio-relógio enorme. Gostava muito dele. Um dia meu fiel "acordador" parou de funcionar.
Não tive dúvidas, chave-de-fendas em mãos, abri o coitadinho. Virei e mexi, acabei achando o problema, os fios estavam soltos. Deve ter "caído" no chão, após ter tentado me acordar....rs
Apenas 2 fios? Moleza! O difícil era arrumar televisão, aquilo não era nada para mim!
Descasquei os fios, juntei os dois e passei fita isolante. Parafusei meu queridinho e PRONTO!
Meu irmão estava passando, pedi carinhosamente que ele ligasse o rádio na tomada para mim.
POW!!! Um estrondo e uma labareda. Torrei o meu radinho. Eu não devia ter juntado os dois fios,mas sim, encapado cada um individualmente. Aprendi um pouco tarde, mas aprendi.
Meu irmão? Hummm,ele até hoje não gosta de tomadas. Culpa do rádio-relógio, não acham?
Para os que duvidam que rádios-relógios são assassinos, eis a prova. Comprei em Miami um modelo zen. Além de tocar música e despertar, ele relaxava, pelo menos é o que dizia na caixa.
Três simples botõezinhos de relaxamento, um deles era som de água do mar, o segundo de cachoeira e o terceiro de tempestade.
Eu ganhei de minha vizinha um pintinho amarelinho, lindinho e saudável. Levei o bichinho para casa e é claro que meus pais não gostaram. Coloquei-o e uma caixinha, com paninho, pote de água e fomos dormir, até por que no outro dia eu teria que devolvê-lo.
Pintinho nanando, radio relógio ligado no barulho do mar, fui dormir. Lembro-me que antes de pegar no sono, estava adorando aquele sonzinho, era mais ou menos, CHHHIIIIIII, chuuuuaaaaaa, CHHHHIIIIII, chuuuuuuuuaaaaaaa! Ô relax!
No outro dia acordei com uma gigantesca dor de cabeça e todos os nervos, músculos e células do meus corpo estavam sinalizando um som estranho CHHHIIIIIII, chuuuuaaaaaa, CHHHHIIIIII, chuuuuuuuuaaaaaaa. Parecia tortura chinesa.
Levantei, mesmo sentindo o mundo pesando e fui acordar meu 'hóspede". Ele dormia tão profundamente, pensei que estava dormindo por causa do som "relaxante". Meio-dia, 14h, 15h, 16h....e o bichano dormindo. Que folgado!
Folgado nada, meu amarelinho estava morto!!! "Mortinho da Silva". Ainda me resta a certeza de que o pintinho foi assassinado pelo rádio-relógio.
Resumo da experiência: Um irmão traumatizado, um rádio-relógio torrado, um rádio-relógio no lixo e um pintinho morto. Ponto positivo: Não precisei devolver meu bichinho.
P.S: O meu rádio-relógio que explodiu, era igualzinho ao da foto.