quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Aula de escalada indoor grátis





Resumo da experiência: Ginásio de escalada Campo Base é um lugar divertido com muita gente simpática e que entende do assunto. Escalada ficará na memória de uma feliz criança que escalava no Marumbi. Escalada indoor, não quero mais!


Quando eu era criança eu sempre ia para o Marumbi com meu tio e com meus pais. Lembro que subia aos topos das montanhas sem grandes dificuldades. De muitas passagens duas delas são muito presentes.

Certo dia já no cume do Facãozinho, paramos para fazermos um lanche. Lá de cima era possível ver o trem passando, lembro que o seu tamanho era menor que meu dedo mindinho. Peguei a minha preferida bolacha São Luiz de chocolate e derrubei o pacote, sem querer. Quando fui pegar o pacote escorreguei e meu pai me segurou pelas pernas, dizendo que nuca mais eu deveria pegar algo que caísse de lá. Caso contrário eu nunca mais comeria, pois não estaria mais neste plano.

A segunda história que rende muitas risadas é que minha mãe tinha um modo todo especial de escalar. Abria mão das botas e usava sapatos, no lugar da mochila usava malas e sempre lavava ao Marumbi o seu secador de cabelos e seu espremedor de sucos. Detalhe, na casa não existia luz elétrica.


Depois de muitos anos sem escalar, resolvi fazer uma aula experimental de escalada Indoor.

Cheguei às 20 horas no Campo Base, ginásio de escalada indoor em Curitiba. O ambiente é bem descontraído, colorido e alto astral. Já na entrada vi as enormes paredes coloridas, cheias de risquinhos que no primeiro momento eu não consegui entender o que era.

Fiz o cadastro e ganhei 2 horas de aula experimental. Recebi a cadeirinha, um par de sapatilhas e fui fazer o alongamento. Enquanto me alongava fiquei observando os demais. Várias pessoas faziam malabares ou escalavam até o teto, parecia ser tão fácil.

Após o alongamento recebi orientação de como colocar a cadeirinha, aliás ela é bem mais confortável do que imaginei. A sapatilha já foi um caso a parte. Ela deve ser uns dois números menores que meus pés, horrível de calçar e pior ainda foi ficar com aquela coisa. Sei que é justa para que tenhamos aderência a parede, os dedos devem virar ganchos para segurar nas pedras, mas as sapatilhas deixaram meus pés formigando de tão apertadas. A professora falou que era normal, então quem sou eu pra discutir. Meus dedos pareciam uma tainha fazendo alongamento em uma “mini” lata de sardinha. 

Segundo a professora, o alpinista tem dois prazeres, quando chega ao cume e quando tira a sapatilha. Deve ser muito mais confortável subir montanhas com salto alto. (minha mãe tinha razão)

Lá fui eu com a sapatilha, cadeirinha de segurança, me achando a alpinista. Chamamos um instrutor e ele nos explicou como prender a corda, como soltá-la e por onde deveríamos começar.

Cada pedra tinha uma fita colorida indicando qual o caminho a ser percorrido dependendo do nível de dificuldade.  O menor nível de dificuldade é o 3, ainda não sei o que fizeram com o 1 e com o 2.

Minha amiga subiu antes, amarramos a corda da cadeirinha dela na minha e eu fiquei no chão esperando. Minha amiga subiu que foi uma maravilha, bem rapidinho, super ágil e de forma bastante inspiradora. Para ela descer eu tive que ficar soltando a corda suavemente. Ralei toda minha mão, prendi o dedo no gacho da cadeirinha e quebrei a unha, mas fora isso, estávamos as duas sãs e salvas. (na próxima, se houver, levarei luvas) Eu que só saio da piscina pela escadinha, já fiquei suando antes mesmo de subir pela parede.

Me preparei e subi. Fui pelo nível 3 de dificuldade. Acho que colocam o inicio pelo nível 3 para termos a sensação de que escalamos bem, quem quer começar pelo 1? Eu já estava no nível 3.....rs

No começo foi um pouco difícil, mas consegui subir. O que mais gostei de tudo isto foi descer.

Minha amiga subiu no nível 4. Ela quase caiu umas 5 vezes, como eu estava segurando ela pela corda, então eu salvei a vida dela 5 vezes, concorda?

Resolvi subir novamente, mas ainda pelo nível 3, e lá se foi mais uma unha! Cheguei a conclusão que serviço de manicure em lugares de escalada indoor, é mais necessário que ambulâncias de plantão.

Eu subi só duas vezes e minha amiga parecia não se cansar. Fiquei feliz em ser sua segurança no solo. Duas horas depois eu estava cansada, suada, descabelada com a unha quebrada, mão ralada e sem sentir mais meus dedos dos pés.

Depois desta aula eu tenho que discordar da professora, acho que os dois prazer desta alpinista que vos escreve são: descer pelo paredão e atravessar a porta da saída.

O Campo Base é um lugar gostoso, descontraído, professores bem simpáticos e que realmente entendem de escalada. 

Tenho certeza de que muita gente adora e dou o maior apoio. Para mim, foi somente uma aula grátis, prefiro um sapato confortável, unhas feitas, mãos macias e visualizar a paisagem natural que uma escalada nas montanhas nos proporciona. Será que é pedir muito?

Resumo da experiência: Campo Base é um lugar divertido com muita gente simpática e que entende do assunto. Escalada ficará na memória de uma feliz criança que escalava no Marumbi. Escalada indoor, não quero mais!

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