sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Churrasquinho de Vina.



Eu tinha 29 anos, 2 filhas, carro na oficina e sem dinheiro sobrando (já era final do mês).
Uma vontade danada de fazer um churrasco, festa, viagem ou algo que movimentasse meu final de semana.
Uma prima que também não estava nadando em dinheiro, me liga e diz: Não se preocupe, comprei um carro e vamos fazer um churrasco na chácara! Levo tudo, passo pra te pegar e vamos!

Meu avó nos deixou alguns lotes (hoje praticamente dentro de Curitiba) ao que chamamos de Veneza. ( Acho que o nome pegou pois fica alagado a maior parte do tempo). Para você ter uma ideia, a casa do caseiro tinha ganchos no teto, começou chover ele pendurava até a geladeira. Além disso a criação de Carpas foi o sucesso da estrada, tinha Carpa para todos os lados da BR, menos nas cavas e lagos do Veneza.

Voltando ao churrasco, arrumei as meninas e minha prima chegou. Ela comprou uma BRASÍLIA cor nude.
A Brasília até que estava inteira, a não ser por um único, estressante e até divertido detalhe, o capô abria com o vento.

Estávamos na BR rumo a chácara e de repente o capô abriu. Eu não sabia se segurava as crianças, a minha prima, o capô, o churrasco ou largava tudo e fechava os olhos. Paramos o carro umas 3 vezes em 5 km. Bom, se analisarmos, menos de 1 vez por km, deve estar na média de uma Brasília "antiga".

Chegamos na chácara, mas eu não vi a carne, o sal grosso, os potes, os talheres, as facas, o carvão, enfim, a única coisa que me lembrava que teríamos um churrasco era uma espécie de salsicha que consegui ver embrulhada na sacola.

Minha barriga já estava doendo de nervoso, de fome e de tanto rir na estrada, culpa da Brasília!

Minha prima começou a juntar grama seca, galhos, gravetos, e amontou ao lado de fora da casa sede. Não pegou álcool, nem acendedor de churrasqueira e já foi ateando fogo. Fiquei preocupada, primeiro com  um suposto incêndio, depois como seria uma linguiçada sem carvão?

Brasília estacionada, fogo ardendo, pães na sacola e chocada ao ver minha prima tirando nas VINAS de dentro da sacola!!! Quase morri!!!! Vina incendiada de almoço?????????????
Eu não bebo, mas se bebesse eu já deveria ter tomado todas. Mesmo sã eu não estava acreditando naquele churrasco.

A vina foi delicadamente sento espetada em palitinhos pra "linguiça" e foi ao fogo para maior desenvolvimento de suas qualidades "vinísticas".

Reticente no começo, posso afirmar que foi o melhor churrasco de vina defumada feito em fogo de chão que alguém poderia ter comido.

Só não tenho mais saudades da Brasilia, pois agora minha prima comprou uma Elba!
Veneza lá vamos nós e dê-lhe churrasco!!!!

2 comentários:

  1. As vezes é algo tão simples....mas ao mesmo tempo tão bommmm!!!
    O bom da vida tá nisso, na simplicidade das coisas....na simplicidade das pessoas!!!!!

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  2. Isso mesmo, na maioria da vezes o menos é mais!

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