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quinta-feira, 18 de abril de 2013

A Magia de Escher - Primeiro domingo do mês, entrada gratuita.

Foto: Tom Abrão

“A Magia de Escher” tem horário estendido até as 20 horas durante a semana no Museu Oscar Niemeyer


Além de mais tempo para visitar a mostra durante a semana, público é convidado a interagir com obras, fotografar e enviar imagens para o Facebook do museu

A exposição “A magia de Escher” vem registrando recorde de público no Museu Oscar Niemeyer (MON). Desde o dia da abertura, na última quinta-feira (11/04) até o domingo (14/04), a mostra registrou mais de 6 mil visitantes. Em apenas três dias, a exposição ganhou a preferência do público que lota a mostra para conhecer as 85 obras do famoso artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher. 

Devido ao intenso fluxo de visitantes, algumas medidas foram tomadas no procedimento de visitação à exposição.  O horário foi estendido nas salas 1 e 2 do museu até as 20 horas, de terça a sexta-feira, com venda de ingresso e entrada até 19h30. No sábado e domingo, o horário de visitação continua normal, das 10h às 18 horas. Outra medida é em relação ao acesso do público à mostra, que será controlado devido à climatização do ambiente das salas, prevenindo, assim, dano às obras. 

Interatividade
O grande diferencial da exposição são as instalações interativas que permitem uma verdadeira viagem ao mundo de Escher. Quebra-cabeças visuais, efeitos de ótica e espelhamento proporcionam uma experiência única aos visitantes. 

O Museu Oscar Niemeyer incentiva o espectador a tirar fotos, desde que a captura de imagens seja feita sem o uso de flash para evitar danos às obras. Um álbum no Facebook do MON (www.facebook.com/monmuseu) reúne fotos dos visitantes. Quem quiser ver sua foto no álbum pode mandar por mensagem na fanpage do museu ou utilizar a hashtag #eschernomon quando publicar as fotografias no aplicativo Instagram. 

A “Sala da Relatividade”, com efeitos de ilusão de ótica, é um dos destaques da mostra “A Magia de Escher”, que vem pela primeira vez a Curitiba. O público pode conferir a exposição até 11 de agosto.

Serviço:

“A Magia de Escher” no Museu Oscar Niemeyer

Terça a sexta-feira: das 10 às 20 horas – venda de ingresso e entrada até 19h30

Sábado e domingo: 10 às 18 horas

Controle de acesso às salas

Ingressos: R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia-entrada)

Primeiro domingo do mês: entrada gratuita

Museu Oscar Niemeyer - Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico

Mais informações: (41) 3350- 4400

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Poesia inédita de Paulo Leminski


Meu avó morava em uma "chácara" na continuação da Avenida Batel. Lembro que a casa, para mim, era um castelo. Aos olhos de uma criança tudo parecia ser enorme. Lembro bem da longa estrada que nos levava a casa, dos seus milhares de pinheiros, da sacada de pedra, da escada frontal, da sala de jantar com um corrimão que chamava qualquer criança a escorregar. Lembro de minha avó bordando em uma janela de vidro que tinha vista para o portão. Milhares de plantas, flores e bichos ao redor. E consigo sentir o aroma dos lençóis sendo "corados" ao sol.

O terreno era muito grande, além da casa, existia um galpão, uma garagem com alguns carros antigos, uma biblioteca feita de vidro bem no meio da mata e um rio. Lembro-me de que seu comesse tudo o que me serviam na hora do almoço, eu poderia ir catar pinhão e andar no rio. Eu sempre comia tudo!

Minha mãe me contou que era nessa biblioteca que meu tio Sérgio e o Paulo Leminski passavam as noites estudando. Estudavam as 7 línguas mortas. Segundo minha avó, o Sérgio e o Paulo só conversavam em latim.

A noite passava e os dois conversando, estudando, escrevendo, só iam dormir quando amanhecia o dia. Nessa hora minha mãe acordava e ia direto para a biblioteca arrumar os livros. O Paulo Leminski a ensinara arrumar todos por ordem alfabética. Todas as manhãs, minha mãe chegava e encontrava uns trocados, pagamento pelo serviço de arrumação dos livros.

Fico imaginando o quão fértil eram aquelas terras, pois nasceram poetas, pintores, fotógrafos, jornalistas, advogados, pessoas de bem e bom coração.

Após comentar a surpresa que tive ao ver a exposição sobre o Paulo Leminski no MON, vieram as histórias de família. Minha prima contou que no casamento de seus pais, meu tio Sérgio recebeu um presente do Paulo com um cartão, segundo ela, com uma frase maravilhosa, ainda não nos revelada. Ela também possui o livro Catatau de autoria do Paulo, assinada com seu polegar. Minha tia revelou que recebeu de presente, assinado e datado em 21/01/1960, uma poesia feita exclusivamente para ela. Com sua autorização, hoje, poderei publicá-la.

A poesia esta guardada até hoje em seu papel original, escrito em letra de forma, com formato infantil, com as seguintes palavras:

DIANA
Paulo Leminski
I
A tarde desmaia
Apolo vai cansado
Às aureas baias
Descanso dar ao iluminado
Carro brilhante do sol
II
A lua já nasce prateada
Banhando os bosques e as colinas
Onde o arroio sussurra escutadas
Palavras de amor das ninfas meninas
Aos faunos rupestres
III
Diana, Deusa caçadora
Já de ninfas cercadas
Afia as setas matadoras
E do arco de freixo armada
Aos campos sai silênciosa
IV
Qual javalí, qual veado
Dos golpes nāo se desconta
Se a Deusa no revaldo
As flechas lhe aponta
E as ninfas a observam
V
De carne providas
As ninfas regressam
E a Diana histórias vividas
De amores lhe contam
Que sorri compassiva
VI
A lua já está alta
E as ninfas a dormir estāo
Quando Diana se dirige
À gruta do gentil Endimiāo
Que repousa num leito de rosas.



Essas histórias vão muito além de serem contos familiares, são histórias e pessoas como essas que me fizeram crescer, aprender, e principalmente gostar de ler.

Viajar pelas páginas do conhecimento, viajar nas nuvens das lembranças, isso nos faz pessoas melhores, histórias e memórias de cada um, são os tijolinhos da construção de cada vida. Aí me pergunto, não está na hora de reunir a família e colocar as lembranças em dia? Quanto custa isso? Tempo? Quantas preciosidades estão "perdidas" em nossas casa, em nossa família com com nosso amigos e amores?

As lembranças e as histórias não podem ser esquecidas, nem devemos tentar apagá-las e sim, revivê-las, lembrá-las e perpetuá-las.

Hoje construímos nosso caminho e nossas lembranças futuras, mas quem irá contá-las aos nossos netos e bisnetos a saga que vivemos?

Reúna-se com a família e com os amigos, troquem lembranças, além de ser de graça, há possibilidade de boas risadas. Divirta-se: ontem, hoje e amanhã!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Guita Soifer e Paulo Leminski - MON

Resumo da experiência: Oficina Construindo livros livremente foi ótima. A Guita Soifer é uma artista completa, pois une a qualidade do trabalho com simplicidade e carisma que possui. A organização do MON estava ótima. O treinamento dos profissionais, excelente. Exposição do Paulo Leminski, imperdível. Fácil de encontrar vaga e para completar, tudo isso, de graça!


Ontem acordei animadíssima para fazer um piquenique no "Parcão" (fundos do Museu Oscar Niemeyer). No dia anterior separei toalha xadrez, cesta de madeira pintada com florzinhas (ganhei de uma amiga), comprei bebidas, filme plástico e todos os ingredientes para sanduíche natural.

Acordei cedo, separei tudo, montei os sanduíches e.......chovia! Fiquei esperando. Achei que ia passar, era só uma garoinha. Até as 14h, nada de parar de chover. Pensei em levar um plástico no lugar da toalha, e um guarda-chuva no lugar do guarda-sol, mas não daria muito certo, até porque, depois do piquenique, iríamos à Oficina Construindo livros livremente, oferecido gratuitamente pelo MON.

A artista do mês era a Guita Soifer. Como eu já conheço seu trabalho e a fantástica pessoa que ela é, eu não poderia perder. As três horas da tarde, mesmo com chuva, eu estava lá com toda a família.

Eu adoro levar meus cães no "Parcão", mas detesto ter que encontrar vaga para estacionar no domingo a tarde. Já passei mais tempo procurando vaga do que curtindo o parque.

Ontem foi diferente, por causa da chuva, encontrei vaga bem perto da porta de entrada. (já fiquei feliz) Logo na entrada do museu, fomos atendidas por uma moça muito simpática, ela nos informou  que para a oficina, o ingresso deveria ser pego do outro lado do museu, eu quiosque específico para a oficina. Quando fiz menção de ir buscar, ela me avisou que um funcionário já teria ido buscar para não precisarmos ir até lá. Tratamento VIP.

Assim que chegamos a exposição, um segurança no abordou. Pensei que ia pedir para não fumar,não fotografar, não falar, não pensar, sei lá. Normalmente quando um segurança se aproxima é para falar oque não pode fazer. Pasmem, ele abriu um sorriso e disse: Boa tarde, essa exposição é para ser tocada e sentida, peguem os livros, sintam o livro em suas mãos, aproveitem a oficina e eu estou a disposição.

Até esse momento, eu já estava feliz de ter ido. Quando passamos pelo segurança, havia uma enorme mesa com livros diversos, Não eram livros comuns, eram livros "diferentes". Uns feitos em feltro, outros em acrílico, em juta, em tule, em bronze, em tecido endurecido por parafina, com fotos, sem fotos, com desenhos, sem desenhos, colados, costurados, enfim construídos. Adorei a ideia.

Do outro lado da mesa, uma menina de aproximadamente 8 anos falava para a avó que tinha tido uma ideia, mais outra e mais outra. No final ela falou: Nossa vó, tive muitas idéias, posso usar até lixo reciclável e o mais importante é que agora estou gostando mais ainda de livros!

A sala da oficina estava milimetricamente arrumada. Em cima de mesa, para cada um, tinha: cola branca, cola em bastão, agulha, tesoura e demais materiais de apoio.

Um pouco antes da oficina começar, apresentaram a artista e ela falou sobre a proposta e sobre o trabalho. O objetivo era aproximar o visitante à arte e fazer com que cada um criasse o seu próprio livro, mostrando que, com todo o material disponível, nós só precisaríamos utilizar uma coisa, a CRIATIVIDADE!



A oficina começou e fomos até os monitores para buscar o material. Nada de kits prontos, cada um escolhia o material que gostaria de utilizar. Tudo isso sem economia ou regras de quantidade desse ou daquele por pessoa; havia vários tipos de fitas, de fios, papéis, arames, recortes de revista, recortes de eva, palitos de sorvete, uma infinidade de materiais, que se transformariam em um livro.


Material em mãos e cada um em sua mesa trabalhando. Pude perceber que lá não havia discriminação. Não existia o certo e o errado, era simplesmente criar. Quem fazia melhor, pior ou mais rápido, recebia a mesma atenção dos demais. Homens, mulheres, senhoras de idade, crianças, todos com o mesmo objetivo de entrar em contato com a arte, com o lúdico e com momentos de prazer.

Lembrei de minha infância quando passava as tardes criando arte no Bondinho da Rua XV.  Aos sábados, sentava em pleno calçadão e passava horas pintando em enormes pedaços de papéis. Aqueles papéis se transformavam em outro mundo, eu criava, pintava, desenhava e ia construindo um universos que era somente meu. Ontem no museu, me senti assim. O mundo parou, sem tempo, sem chuva, sem hora, eu simplesmente desliguei.

Ao final da oficina, a artista Guita Soifer, com toda a simplicidade e carisma, olhava cada livro feito por seus alunos. Com todo o carinho do mundo, ela nos instigava a construirmos vários outros livros em casa.

Após a oficina, fomos ao "olho", lá estava uma maravilhosa exposição sobre Paulo Leminski. Lembro que ele passou algumas tardes compondo no jardim da casa de meu avô, junto com meus tios. Não o conheci pessoalmente, mas conheço seu trabalho e algumas histórias de bastidores.

Fiquei imaginando quais daquelas poesias teriam sido escritas no jardim do vô. Muito colorida, muito histórica e muito bem apresentada a exposição. Vimos fotos, textos, filmes e diversos trabalhos de Paulo Leminski.

Lá fora ainda chovia, mas confesso, isso nem me incomodou.

E o piquenique? Foi feito no meio da sala!

Resumo da experiência: Oficina Construindo livros livremente foi ótima. A Guita Soifer é uma artista completa, pois une a qualidade do trabalho com simplicidade e carisma que possui. A organização do MON estava exemplar. O treinamento dos profissionais, excelente. Exposição do Paulo Leminski, imperdível. Fácil de encontrar vaga e para completar... tudo isso, de graça!

          AMOR BASTANTE 

          quando eu vi 
          você 
          tive uma ideia 
          brilhante 
          foi como se eu olhasse 
          de dentro de um diamante 
          e meu olho ganhasse 
          mil faces num só intante 
          basta um instante  
          e você tem amor bastante

          Paulo Leminski