quinta-feira, 7 de março de 2013

Se Minha Cama Voasse




Gosto tanto de cinema que posso passar o dia assistindo um filme após o outro, sem intervalos.

Minha vida é repleta de filmes, um filme me lembra uma passagem, uma história, um momento ou até mesmo uma forma de desligar do mundo.

Tenho uma lista deles que marcaram de uma forma ou de outra não só a minha infância, como vários momentos.

Sem querer entrar no mérito da qualidade do filme e sua história, um deles me traz recordações deliciosas da infância.

No aniversário de uma de minhas primas, minha tia resolveu fazer uma festa do pijama com direito a pipoca e cinema. Todas as crianças dormiriam lá. Hoje estas festas são muito comuns, mas em 1978 era novidade.

Na casa da minha tinha havia um ático que era chamado de biblioteca. Um lugar bem grande e espaçoso. Lá foi montando um grande acampamento.  Muitos colchões, travesseiros, cobertores, tudo devidamente arrumado pra ficarmos o mais confortável possível. Não pense que estavam todos empilhados para que arrumássemos. Cada cama estava bem arrumada, cheirosa e com deliciosos e aconchegantes cobertores. Na maior parede da biblioteca estava a imensa tela de cinema e no fundo da sala, o projetor. Naquela época nem o vídeo cassete existia.

Todas nós comemos, brincamos e subimos ao nosso cinema particular. Muito tempo depois o filme começaria. Digo muito tempo depois, pois não foi fácil acalmar mais de 20 crianças em uma mesma sala, ansiosas por ver aquela tela começar a funcionar. Recebemos pipocas e começamos a assistir Se Minha Cama Voasse (1971). O filme era uma aventura mágica.

Uma aprendiz de feiticeira, tem que cuidar de três crianças nada tranquilas. Logo estão a bordo de uma cama voadora, maçanetas mágicas abriam as portas para as aventuras. O quarteto une forças com um professor muito divertido que está em busca de um amuleto que poderia salvar o planeta de invasores terríveis. A história é divertida e inusitada.

Quando o filme acabou, só restaram 3 pessoas acordadas, as demais crianças estavam dormindo. Umas com pipocas coladas no rosto, outras roncando, uma chorando que queria voltar para casa e eu, queria assistir de novo.

Como o filme era sobre cama voadora, eu e minhas primas não tivemos dúvidas, fizemos as demais camas voarem pela biblioteca. Acordamos todo mundo e fizemos guerra de travesseiros. Fizemos voar travesseiros, colchoes, pipocas, refrigerantes, intacto mesmo, só a tela de cinema.


Muitas vezes me pego lembrando desta história e posso afirmar que Se Minha Cama Voasse, voaria até aquele dia.



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