No texto anterior eu comentei sobre minha paixão por quadros, mas não comentei o meu desespero com um deles.
Minha mãe arrematou na Sotheby`s um quadro valiosíssimo. Na verdade o quadro tinha certo valor, mas o que valia mesmo era o vidro. O vidro havia sido feito por uma fábrica que fechou durante a guerra e por este motivo poucos quadros haviam resistido ao tempo. Aquele era um deles.
Um empresário de Curitiba ficou interessadíssimo no quadro e de tanto insistir, minha mãe decidiu vender.
Tudo acertado e lá fomos nós, entregar aquela beleza!
Eu coloquei um cobertor para que ele não quebrasse no caminho, coloquei com todo cuidado no carro e chegamos ao destino.
Tirei o quadro com todo o cuidado do mundo, tirei o cobertor e coloquei o quadro encostado no carro, enquanto eu guardava o cobertor e pegava minha bolsa.
Tudo certo, até a hora de fechar a porta do carro!
Eu tinha colocado o quadro entre a roda e a porta do carro, quando bati a porta, ela bateu no meio do quadro, só ouvi o barulho dos caquinhos caindo no chão!
Imagine a cara que eu fiz! Minha mãe não sabia nem o que falar, imediatamente comecei a rir e ela me acompanhou. Sei que ficamos um bom tempo rindo no carro, uma risada de nervoso, de alívio, de desespero, sei lá!
Nos olhamos, liguei o carro e seguimos em frente. Ligamos para o comprador avisando que não poderíamos fazer o negócio e eu acabei ganhando um lindo quadro, que hoje está com um vidro simples, mas ati-reflexo!!!
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