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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Detetive particular (O início)







Qual é a imagem que você monta em sua cabeça quando ouve a palavra Detetive? Posso garantir que se enganou.

Eu tinha 20 anos de idade e estava lendo o livro Manual do Detetive Particular. Um livro simples e absolutamente inverossímil que me aguçou a curiosidade.

Uma certa manhã, eu estava em meu escritório (Surprise Eventos) e fiquei olhando para aquele livro, não tive dúvidas, liguei para todas as agências de detetives particulares de Curitiba. Perguntei se poderia fazer um trabalho para conhecer o serviço, como funcionava, enfim, eu não estava preocupada em receber pagamento e sim em conhecer o trabalho. As negativas foram o prato do dia.

Perto das quatro horas da tarde, recebi o telefonema de uma agência, perguntando se eu poderia fazer um trabalho de campana ainda naquela noite. Claro que eu poderia! Eu só não sabia o que era campana.

A mulher do outro lado da linha pediu que eu descrevesse a roupa que eu estava vestindo e que estivesse em 30 minutos na Biblioteca Pública do Paraná, lá, alguém me encontraria e passaria mais detalhes. No horário marcado, eu estava lá.

Em livros e filmes vemos detetives de sobretudo e chapéu, eu imaginava que no mundo real, seria totalmente diferente. Me enganei. Eu estava no segundo andar da biblioteca e avisto na porta um homem com essa descrição. Não poderia ser ele, pois todo mundo já havia percebido sua presença. Ele, era realmente o detetive "disfarçado"!

O detetive me passou algumas informações, me questionou sobre alguns dados e cada um em seu carro, seguimos para a agência. Ele estava em um Gol prata, modelo antigo, eu cheguei em uma F-1000 com faróis Cibié, nada discreta.


Entrei na sala da agência e lá encontrei a proprietária com mais 3 detetives. Vou chamar a dona da agência de "Maria". (não posso divulgar nomes por questões éticas) Maria era uma mulher muito magra, franzina, usava aparelhos nos dentes, cabelos ruivos e ondulados, aparentava 45 anos extremamente seca e direta.

Um dos detetives, era muito engraçado, falava abobrinha o tempo todo. Mal vestido, aparência não muito confiável, mas era divertido. Os outros dois, aparentemente sem banho por alguns dias, estavam quietos sentados no sofá aguardando maiores detalhes para a empreitada noturna.

A Maria ficaria na agência, e nós 4 sairíamos em 2 carros e 1 moto para desvendarmos o "suposto" caso amoroso de uma socialite curitibana.

As instruções foram as seguintes: campana são 6h diárias de "seguimento". Seguimento, é o ato de seguir, mesmo parado, pelo menos no vocabulário "detetivês" O que isso quer dizer? Tínhamos que seguir a pessoa, caso ela não saísse de casa aquela noite, ficaríamos de plantão por 6 horas. Caso a pessoa seguida saísse e não voltasse nesse tempo, deveríamos segui-la por tempo indeterminado, dessa forma ganharíamos mais um período de campana. Tínhamos hora para começar e nunca para terminar. Fotografias, fotos, filmagens, anotações deveriam ser feitas para que pudéssemos comprovar o serviço e receber naquela mesma noite. A cada trabalho executado, receberíamos no mesmo dia, caso perdêssemos a pessoa seguida, receberíamos o proporcional ao tempo trabalhado ou nem isso, dependeria do caso. Roupas discretas, carros discretos e atitude discreta, receita básica para um bom detetive.

Voltando as socialite, ela era solteira 28 anos, morava em bairro nobre da capital, andava em uma Parati preta, todas as noites saía para jantar com uma amiga médica nos mais badalados restaurantes de Curitiba.

Deixei minha F-1000 na garagem da agência e fui com o " engraçado" no seu gol. Um detetive em um Escort azul e o outro em uma moto.

Já no caminho fiquei pensando em como ser discreta para filmar e fotografar. As câmeras eram enormes, a filmadora gigantesca e para a comunicação, rádios HT pré-históricos.

Outro detalhe que não me saía da cabeça, se ela era solteira, quem estava querendo saber os seus passos? Uma mulher traída? Um pretendente? Os pais?

Todos no local marcado. Percebi que não seria tão fácil ficar seis horas sentada naquele banco do Gol. Eu precisava ir ao banheiro mas não podia, caso a socialite saísse, eu deveria estar a postos. Meu estômago roncava, o "engraçado" já tinha mudado de apelido, aquela altura ele era o "chato".

Duas horas depois, estávamos, eu, meu estômago doendo, minha bexiga estourando, meus olhos embaçados e meu ouvido ardendo de tanto ouvir o "chato" falando.

Nesse momento um carro saiu da garagem da casa, era a Parati preta....eeeee, ia começar a minha carreira de detetive!

A Parati passou, saímos em seguida, o Escort pifou e o motoqueiro sumiu. (ele tinha ido ao banheiro)

Lá fomos nós. A Parati passou em uma casa, e entrou outra mulher. (casa da amiga médica, confirmado posteriormente) Avisamos a Maria onde estávamos, ela avisou o motoqueiro que nos encontrou no caminho. O Escort, ainda pifado.

A Parati estacionou o carro em um tradicional restaurante na Avenida Batel. Estacionamos e recebemos o sinal verde para entrarmos e jantarmos. Lá dentro seria mais fácil tirar as fotos.

Assim que entrei, encontrei umas amigas que me convidaram para sentar com elas. Eu não podia falar o que estava fazendo, agradeci e sentei em uma mesa separada com meu "novo amigo". Percebi que de seus olhares "pulavam" pontos de interrogação.

O restaurante era lindo, bem decorado e eu mataria minha fome. Perfeito! Além do jantar ser de graça, ainda ganharia por isso.

Meia hora depois, quase caí da cadeira! Imaginem a situação... Um restaurante badalado, pessoas bem arrumadas e bem ali no balcão do bar, estava um detetive "disfarçado" de cliente. Ele tinha a barba por fazer, uma calça jeans Vilejack surrada, ou melhor, espancada. Camisa de cetim lilás aberta no peito, um enorme colar prateado descascado, com um pingente de estrela de aproximadamente meio palmo, capacete no cotovelo, unhas sujas, sentado posição de ataque e.....com um palito na boca! Nessa hora eu sonhei em ser um avestruz. Minha sorte era que eu não poderia mostrar que o conhecia.

Precisávamos fotografar a socialite, quando o "chato" levantou com a máquina o garçom disse que naquele restaurante fotos eram proibidas. Conversei com o gerente falando que era meu aniversário e que eu queria somente uma foto para recordação. Ele permitiu uma foto somente. Quando o "chato" se preparou para tirar uma foto minha (na verdade ele fotografaria só o fundo, onde a socialite estava) o detetive do balcão fez questão de pegar a máquina e nos fotografar. Ai que ódio!
Era para sermos discretos e naquele momento o restaurante parou.

O "chato" me deu parabéns e nisso minhas amigas começaram a cantar em alto e bom tom, Parabéns pra você, nesta data querida.........e o restaurante parou de novo, até a socialite estava cantando e batendo palmas.

Horas depois, Parati em casa, serviço terminado e nós voltamos à agência.

Estávamos reunidos fazendo o relatório e em outra sala, escondido, estava o cliente ávido por informações.

Descobri que ele era casado, mas tinha ciúmes da sua amante, por esse motivo pediu para que a seguíssemos.

Recebemos nossa diária e fomos embora.

No outro dia recebi duas ligações. A primeira de uma amiga chateada por eu não a ter convidado para o meu aniversário e curiosa para saber quem era o "mané" de calça preta e meia branca que estava comigo no restaurante. A segunda ligação era da Maria, me avisando que em meia hora eu deveria estar na agência para um novo trabalho.

Fechei meu escritório e por 10 anos fui detetive particular.

Hoje prefiro não interferir na vida alheia, mas ser detetive, além de ser uma escola me rendeu muitas risadas.


O motoqueiro foi despedido e o detetive que me encontrou na biblioteca foi proibido de usar aquela roupa medonha. Ele tinha sido contratado naquele dia e achou que estava saindo de um filme do Dick Tracy. Uma semana depois ele fora despedido pois resolveu sair em campana usando um crachá de detetive particular pendurado ao pescoço.


Ah! E o Escort? Ainda deve estar pifado!





segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Convite - OFICINA – “X Caminhada Observacional” Gratuita


OFICINA – “X Caminhada Observacional”

Objetivos desta oficina: Exercitar o senso de observação numa área próxima ao centro de Curitiba que faz parte do bairro das Mercês, mostrando grande diversidade nos estilos de casas. Reconhecer espécies adotadas na arborização. Valorizar o cuidado com os cursos d’água. Discutir aspectos da criatividade nas fachadas, esculturas, intervenções urbanas. Coletar conteúdos destinados a eventuais produções artísticas.


com Mário Sérgio Freitas - fotógrafo amador, professor na UTFPR
e-mail: msergio58@yahoo.com.br
colaboração: Rafael Codognoto - bacharel em pintura
e-mail: rafaelcodognoto@hotmail.com
data: 16/2/2013

Concentração: das 13:30 às 14:00 (horário máximo de partida)
Praça 29 de Março - ESQUINA DAS ESTAÇÕES-TUBO
(R. Brigadeiro Branco, esq. Martin Afonso)
Chegada: perto das 18:00 (Praça 29 de Março)

Em caso de tempo chuvoso, podemos adiar para 23/2 ou 02/3.

“Na verdade, as casas são coisas muito estranhas.” (Bill Bryson)
Objetivos desta oficina: Exercitar o senso de observação numa área próxima ao centro de Curitiba que faz parte do bairro das Mercês, mostrando grande diversidade nos estilos de casas. Reconhecer espécies adotadas na arborização. Valorizar o cuidado com os cursos d’água. Discutir aspectos da criatividade nas fachadas, esculturas, intervenções urbanas. Coletar conteúdos destinados a eventuais produções artísticas.

Público alvo: Interessados em meio ambiente, em artes visuais, na memória da cidade, etc. (fotografia, arquitetura, paisagismo, história).

Pré-requisito: Disposição para caminhar 4h em ritmo lento. Desde que acompanhados por um responsável, menores de idade podem participar.

Material necessário: Prancheta portátil com papel para esboços e notas, ou câmera fotográfica, ou filmadora, ou gravador de áudio para voz, etc. Calçados confortáveis. Protetor solar, água potável e lanche individual.

Inscrições: Gratuitas. Não são emitidos certificados formais.

Resumo da atividade: Percurso a pé de um traçado espacial com diversos marcos de interesse.

Aspectos teóricos: A atividade propicia a recuperação de aspectos do campo visual que escapam ao olhar naturalizado: o que transparece na criatividade das fachadas, jardins, monumentos públicos e intervenções é a autoexpressão dos habitantes da cidade, assim como sua memória. Uma rota tortuosa a ser percorrida sem compromisso pelo pedestre propicia que este desenvolva leituras alternativas da paisagem do cotidiano. Antigas árvores podem ser objeto de observação: Que resposta se espera de um caminhante ao ter contato visual com um ser vivo que beneficia a população ocupando o mesmo espaço já há décadas, ou mesmo séculos?