terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pneu de trator e Facebook

Fico triste ao ver as crianças passando o dia inteiro em frente ao computador.
Ora, ora, desculpem-me, fico triste ao ver as crianças o dia inteiro alternando entre computador, celular e joguinhos de "play".

Penso que, se essa geração já está assim, imaginem a próxima! O que irá acontecer com essas crianças? Não terão memória, história e muito menos vida, além da virtual!

Lembro-me de uma passagem engraçada. Eu era criança, um tanto aventureira e sempre disposta a conhecer tudo e todos. Medo, é claro que eu tinha, mas não o suficiente para me impedir de viver.

Meu tio morava em uma rua paralela a Avenida Nossa Senhora da Luz, no Jardim Social.

Em frente ao portão de sua casa, existia uma rua que ligava as 2 quadras.

As crianças subiam até o ponto mais alto daquela rua e esperavam a sua máquina do tempo. Lá estávamos nós, em fila indiana, esperando nossa vez para entrar no pneu. Isso mesmo, um enorme pneu de trator.

Descia uma criança por vez.

Uma das partes mais difíceis da brincadeira, era entrar no pneu sem que ele despencasse rua abaixo e sem criança dentro.

Posicionada dentro do pneu, era só aguardar o tio gritar: PODE VIR, NÃO ESTÁ VINDO CARRO!

Os primos ajudavam e lá íamos nós, rua abaixo, cabeça rolando, joelho ralando e literalmente voando.

Bem ali, na calçada, escondidinho, estava nosso ídolo, o meio fio. Nele o pneu quicava forte e saltava alto, dando piruetas no ar, antes de cair de forma nada suave no chão novamente. Após essa queda o pneu voltava a rolar pelo enorme declive, rumo ao jardim gramado. Ali sim podíamos desembarcar de nossa nave e levar o pneu (empurrando) para o próximo da fila.

Assim seguíamos o dia, um curativo aqui, outro curativo ali, e nada tirava a alegria de estarmos juntos.

Isso é infância. Isso é viver! São momentos como esses que constroem nossa memória, nossa doce recordação e nossa história!

Crianças, desliguem  o computador, deixem a vida entrar e aproveitem. Posso garantir que as marcas no joelho são muito mais saborosas que os e-mails enviados. Não curtam só as páginas do Facebook, CURTAM A VIDA!!!! Fica a dica!



2 comentários:

  1. Quando eu disse que é nós que complicamos a vida, falei sério. Na primeira postagem sobre a volta de bicicleta no São Lourenço, você se emperequetou toda, se encheu de cuidados desnecessários para alguem que um dia descia ladeira abaixo dentro de um pneu de caminhão ou andava de avião chupando Halls preto com a caixa de ferramentas solta na parte de trás.
    Na verdade a gente coloca a culpa na tecnologia e nas coisas deste tempo de louco aonde a cada semana sai uma versão nova de qualquer coisa que compramos na semana passada ou que se fracassar é só ressetar e começar denovo. Mas quem deixa a molecada na frente do computador sem limites, quem compra os games para eles, somos "nós". Na verdade é nós que teríamos a responsabilidade de ensinar as novas gerações, nossos filhos, a ter uma vida mais vivida e menos virtual.
    Que tal um "pique-nique" com seu marido e suas filhas no parque São Lourenço ou outro parque da cidade, estender um lençol no gramado, colocar os celulares dentro de um saco e ficarem conversando de coisas agradáveis do passado e planos futuros...

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  2. Verdade Ruy. Aqui em casa existe um limite par a o uso de computador e já estamos diminuindo a televisão. Minha filha mais velha entende. A mais nova reclama que todas as amigas ficam o dia inteiro on line, e as mães deixam.
    O que tenho feito para tornar isso mais fácil? Arrumo o que fazer!
    A ideia do "piqui-nique" é ótima. Vou providenciar. Celulares em casa e cestinha em mãos. Depois te conto como foi!

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