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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

São Luiz do Purunã



Festa de São Luiz do Purunã. Rodeio (que aliás nunca vi), muita gente, muitos amigos, festa, CTG, barracas, cavalos, botas, cowboys, cowgirls, uma delícia.

Eu não podia deixar de ir. Combinei com umas amigas e fomos. Barracas, não precisaríamos,  encontrávamos amigos e amigas com barracas disponíveis ou dormiríamos no carro. Naquela época, a festa era frequentada por muita gente conhecida, Curitiba em peso estava lá, não passaríamos aperto.

Lá fomos nós, chegamos no final da tarde e o local já estava fechado para a entrada de carros, se quiséssemos estacionar, somente no lado de fora. Muito longe para irmos andando até a festa. Convencemos o porteiro e entramos com o carro.

Olhando da estrada parecia um formigueiro humano, para 5 adolescentes era sinônimo de festa garantida.

Dirige daqui, dirige dali e BUM! Consegui cair dentro de um buraco. Não era um simples buraco, era uma churrasqueira de chão, cheinha de costela espetada. Sério, não sei como aconteceu, o carro ficou com a frente inteira mergulhado na churrasqueira. O medo era que pegasse fogo em tudo.

Olhando por um bom prisma, até que o lugar para cair não foi tão ruim. Como tinha muita gente com fome, foi fácil encontrar voluntários para içar o carro de lá.

As portas do carro não abriam, primeiro porque as da frente estavam dentro da churrasqueira, segundo porque as da trás estavam entre espetos.

As pessoas tentavam, tentavam mas o fogo atrapalhava. Resumo: Tiveram que jogar água e apagar o churrasco. Imaginem a felicidade do povo!

Carro içado, para-choque um pouco torto, tapamos os ouvidos e fomos para o centro da festa.

Estacionamos e deixei a chave do carro com uma amiga, caso ela quisesse dormir mais cedo.

Eu e outra amiga fomos ao baile, as demais não quiseram ir.

Lá por 4 horas da manhã, resolvemos ir dormir no carro.

Cadê o carro? Tínhamos certeza de que estava naquela local. Procuramos por tudo e nada. Não tínhamos celular naquela época, então o que me restava era pagar uma carona até Curitiba e acionar o seguro, afinal tinham roubado o carro.

Um casal e uma moça grávida nos ofereceram carona, nós duas aceitamos de imediato.

Dormimos um pouquinho durante a viagem, já chegando na cidade de Campo Largo começamos a conversar. A grávida disse que estava passando mal, pois estava morrendo de fome. Comentei sobre o episódio da churrasqueira. O carro parou. O motorista mandou descermos e irmos a pé, achei que era brincadeira, pois foram tão atenciosos até aquele momento, mas era verdade. Ele e a esposa, estavam comemorando aniversário de casamento e eram eles os donos da costela!

Estávamos , sem carro, sem carona, sem costela e sem reputação.

Chegando em casa, foi difícil explicar o que meu carro estava fazendo lá sem mim. Minhas amigas decidiram ir embora mais cedo, sem me avisar, deixaram o carro lá em casa e pegaram um táxi.

Resumo da experiência: Não voltei mais à festa de São Luiz do Purunã, andei muito, comi pouco, me estressei demais e ainda por cima tive que acionar o seguro da mesma forma, pois a frente do carro estava irreconhecível!


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Fogo!


Embora eu seja ariana, signo regido pelo fogo, se tiver que escolher, prefiro a água!

Meus pais, recém-formados, moravam no interior do Paraná e tinham, junto com meu tio, um escritório jurídico.

Pelo menos naquela época, grande parte dos honorários eram pagos com produtos, carros, motos, geladeiras, enfim, várias coisas eram aceitas como parte do pagamento.

A garagem do escritório, parecia um estacionamento. Era lá que ficavam os bens antes de serem vendidos.

Certa noite meus pais estavam em casa e os chamaram correndo. O escritório estava pegando fogo.

O fogo consumiu tudo que havia no local. Processos, documentos, arquivos completos, carros, motos, enfim, tudo fora queimado.

Lembro-me, como se fosse hoje, eu ainda pequena olhando para o que sobrou daquele sonho.

Minha mãe chorava e meu pai, com macacão jeans e tênis, andava pelos escombros. A cidade parou, todos comentavam sobre a tragédia. Será que era curto-circuito, sabotagem? A especulação era grande.

Meu pai veio até nós com um porta-retrato em mãos e falou: - A foto se foi, mas ainda bem que temos ainda nossa filha para tirar  mais fotos!

Naquele momento minha mãe parou de chorar e fomos embora.

Quantas vezes nos preocupamos somente com o material e deixamos a vida passar? Hoje o ano começou no Brasil, e o que você fará com ele? Aproveite mais, se preocupe menos, posso afirmar que vale a pena!