Quando eu tinha uns 18 anos, descobri São Paulo. Eu já conhecia a cidade, mas de dia e não a sua vida noturna.
Fui com umas amigas no Gallery e depois no Banana Café, os dois de propriedade do Zé Victor Oliva.
Alguns finais de semana que não tinhas festas em Curitiba íamos à São Paulo. Eu tinha acabado de tirar a carteira de motorista, dirigia bem, mas em São Paulo, gastava ais tempo e gasolina tentando achar o Banana Café do que propriamente no lugar.
Eu e minhas amigas, começamos a ir de avião todas as sextas e voltávamos no sábado ou no domingo.
Começou a ficar muito caro para 3 adolescentes, então decidimos ir na sexta - feira de ônibus e voltar no domingo a noite.
Sem carro em São Paulo era impossível!!!
Certo dia pegamos um táxi, para irmos ao shopping. O táxi era da Tic-Tic táxis, e nome do motorista era Toninho. Pegamos seu telefone e para todos os lugares que íamos o Toninho nos levava. Acho que com pena de nós, o Toninho nos propôs que pagássemos por hora e não por Km rodado. Então acertávamos com ele por semana. Shopping, mercado, farmácia, shopping, shopping, Banana Café, lá estava o Toninho, nos levando, segurando sacola e servido de segurança. Um sarro!
Sempre que íamos à São Paulo, ligávamos para ele, e ele já nos esperava na rodoviária.
Certo dia, ele nos disse, que quando nós chegássemos, teríamos uma surpresa.
Fomos para o hotel, nos arrumamos e combinamos com uns amigos de nos encontrarmos na Limelight, outra boate maravilhosa. A Limelight estava localizada em uma rua cheia de bares como era o Largo da Ordem no começo dos anos 90.
Nesta rua estavam as melhores casas noturnas, as pessoas bem arrumadas, carrões e nós com o táxi da Tic-Tic.
No começo da rua o Toninho virou para nós 3 e disse: Vocês acharam que a surpresa era o frigobar? Se enganaram!
Ele tinha colocado um som super potente no carro, e resolveu ligar no último volume, um pagode de sei lá que grupo e passou com a menor velocidade possível pela rua INTEIRA!!!
Nós três ficamos com pena de falar alguma coisa, pois ele estava tentando nos deixar felizes, mas na verdade as três estavam morrendo de vergonha, tentando entrar cada vez mais para baixo do banco, com aquele sorriso amarelo e com o ouvido doendo por causa aquela música que gritava em nossos ouvidos.
Ás vezes penso, como adolescente se preocupa demais com besteiras. Hoje lembro do carinho do Toninho, lembro do "Mico" que passamos e lembro das boas risadas que demos. Aliás, que demos não, que ainda dou em lembrar destes momentos.
E viva o Toninho Pagodeiro!!!
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